Crédito subsidiado desafia aprovação da TLP
O governo persegue a aprovação da MP 777, que institui Taxa de Longo Prazo, tentando dar uma nova visão ao crédito subsidiado, que deve seguir uma transição de cinco anos, ao fim dos quais o subsídio implícito dará lugar ao subsídio constante do Orçamento. A medida provisória deve ser votada na terça-feira, 22 de agosto, na comissão mista, seguindo depois para o plenário da Câmara. Sua eficácia termina em 7 de setembro.
A MP sofre restrições do setor industrial, pela redução dos subsídios, e de funcionários do BNDES, que perdem algumas vantagens, como a de pagar pela TJLP empréstimos não utilizados (estes passarão a ser pagos pela Selic). O temor é de que o crédito encareça.
Para o governo, o fim da TJLP, corrigida arbitrariamente pelo Conselho Monetário Nacional, e sua substituição pela TLP, corrigida com base na remuneração de um título público (NTN-B), eleva o crédito de maneira generalizada e fortalece a política monetária.
Novo Refis
Além da resistência desses setores e de parlamentares com eles identificados, o governo percebe um movimento que condiciona a aprovação da MP 777 à manutenção das vantagens introduzidas na MP 783, do Novo Refis. Existe uma determinação do governo de aprovar a medida da TLP, e este desafio deve ser enfrentado com argumentos técnicos e vigor.
Quanto à MP do Refis, trata-se de uma coleção de erros do governo que chegam ao ponto de parecer incorrigíveis. O Programa de Regularização Tributária constava da MP 766, que o governo deixou “caducar” por não concordar com o parecer do relator, Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG). Conforme acertado com o Congresso, o Programa de Regularização Tributária foi reeditado e a matéria, colocada nas mãos do mesmo relator. Em consequência, a MP do Refis tornou-se um caso emblemático de frustração de receitas, que recolocou a questão fiscal na vitrine dos problemas brasileiros.