Saída de chanceler perde relevância em dia de mudanças ministeriais
A semana começou sob a expectativa da demissão do ministro Ernesto Araújo das Relações Exteriores, cujo afastamento era reivindicado pelo Congresso, diante do atraso do país na obtenção de vacinas para combater a Covid-19. Bem ao seu estilo, Araújo se tornou insustentável ao atacar, pelas redes sociais, uma senadora, dizendo que ela não estava propriamente interessada na vacinação, mas em favorecer os chineses no leilão da tecnologia 5G.
No final da tarde, depois de definidas as seis mudanças promovidas pelo governo na composição ministerial, o afastamento de Ernesto Araújo, logo confirmado, foi relegado a segundo plano, face à exoneração do ministro da Defesa Fernando Azevedo, tendo como pano de fundo uma divergência conceitual com Jair Bolsonaro em relação ao papel das Forças Armadas, e a nomeação da deputada Flávia Arruda (PL-DF), ligada ao presidente da Câmara, Arthur Lira, para a Secretaria de Governo, onde deve exercer o papel de articuladora política do governo.
A exoneração de Araújo, não só pela desimportância do personagem, mas também porque já era dada como certa, perdeu espaço também para as outras mexidas anunciadas, na Casa Civil, na Advocacia-Geral da União e no Ministério da Justiça e Segurança Pública, todas publicadas hoje no Diário Oficial.