Número de eleitos por partido nos dois turnos - evolução

  2004 2008 2012 2016 2020
MDB1  1052  1201 1021   1044  784  
PP  549  551  476  495  685  
PSD   -  - 498   539  654  
PSDB    865  791 695   799  520  
DEM2  784  496 278   268  464  
PL3  -  385  275  297  345  
PDT  305  352  307  334  314  
PSB  174  310 440   407  252  
PTB 421 410 298 254 212
Republicanos4  -   54  80  105  211  
PT  409  558 638   254  183
Cidadania5  305  129 125   122  140
PSC  24  57  82  87  116
Podemos6  5 16   12  30  102
Solidariedade  -  -  61  94
PSL  24  15  23  30  90
Avante7  21  8  25  12  82
Patriota8  -  -  -  13  49
PV 57 75 100 101 47
PCdoB  10  41  54  81  46
Pros  -  -  -  50  41
PMN  31  42  42  29  13
PRTB  12  11  16  9  6
Rede  -  -  -  6  5
Psol  -  -  2  2  5
PMB  -  -  -  4  1
DC9  12  8  10  8  1
PTC  16  13  20  16  1
Novo  -  -   -  0  1
PAN  1  -  -  -  -
PHS  25  13  16  39  -
PPL  -  -  11  5
Prona  7  -  -  -  -
PRP  37  17  23  18  -
PL (antigo)  377  -  -  -  -

2

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral e site Poder 360

 

1. MDB, antigo PMDB
2. DEM, antigo PFL
3. PL, antigo PR
4. Republicanos, antigo PRB
5. Cidadania, antigo PPS
6. Podemos, antigo PTN
7. Avante, antigo PTdoB
8. Patriota, antigo PEN
9. DC. antigo PSDC                                      

 

Eleitores de 18 capitais adiam decisão

Dezoito capitais vão realizar segundo turno da eleição para prefeito em 29 de outubro. As disputas em São Paulo e Rio de Janeiro são as que mais chamam atenção no plano nacional, pelo porte e importância política desses municípios, mas, do ponto de vista do eleitor, o centro das atenções está no seu voto qual for a sua cidade.

Alguns candidatos deixaram de vencer em primeiro tuno por menos de 1% dos votos necessários. Em Boa Vista (RR), o emedebista Arthur Henrique teve 49,64% dos votos válidos, enquanto Ottaci, do Solidariedade, obteve 10,59%. Em Rio Branco (AC), Tião Bocalom, do PP, chegou a 49,58% dos votos válidos, e Socorro Neri, do PSB, 22,68%. Em ambas as cidades, assim como em 55 outros municípios com mais de 200 mil eleitores, está aberta a temporada de segundo turno, no que se convencionou chamar de uma nova eleição.

Nas outras capitais, a disputa vai se dar entre os seguintes candidatos, ao lado dos quais consta a votação obtida no primeiro turno:

NORTE

Belém (PA)
Edmilson Rodrigues (PSOL) – 34,22%
Delegado Federal Eguchi (PAT) – 23,06%

Boa Vista (RR)
Arthur Henrque (MDB) – 49,64%
Ottaci (Solidariedade) – 10,59%

Manaus (AM)
Amazonino Mendes (Pode) – 23,91%
David Almeida (Avante) – 22,36%

Porto Velho (RO)
Hildon Chaves (PSDB) – 34,01%
Cristiane Lopes (PP) – 14,32%

Rio Branco (AC)
Tião Bocalom (PP) – 49,58%
Socorro Neri (PSB) – 22,68%

NORDESTE

Aracaju (SE)
Edvaldo Nogueira (PDT) – 45,57%
Delegada Danielle (Cidadania) – 21,31%

Fortaleza (CE)
Sarto Nogueira (PDT) – 35,72%
Capitão Wagner (Pros) – 33,32%

João Pessoa (PB)
Cícero Lucena (PP) – 20,72%
Nilvan Ferreira (MDB) – 16,61%

Maceió (AL)
Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) – 28,87%
JHC (PSB) – 28,56%

Recife (PE)
João Campos (PSB) – 29,17%
Marília Arraes (PT) – 27,95%

São Luís (MA)
Eduardo Braide (Pode) – 37,81%
Duarte Júnior (Republicanos) – 22,15%

Teresina (PI)
Dr. Pessoa (MDB) – 34,53%
Kleber Montezuma (PSDB) – 26,70%

SUDESTE

Rio de Janeiro (RJ)
Eduardo Paes (DEM) – 37,01%
Marcelo Crivella (Republicanos) – 21,90%

São Paulo (SP)
Bruno Covas (PSDB) – 32,85%
Guilherme Boulos (PSOL) – 20,24%

Vitória (ES)
Delegado Pazolini (Republicanos) – 30,95%
João Coser (PT) – 21,82%

SUL

Porto Alegre (RS)
Sebastião Melo (MDB) – 31,01%
Manoela D`Ávila (PCdoB) – 29%

CENTRO-OESTE

Cuiabá (MT)
Abilio Júnior (Podemos) – 33,72%
Emanuel Pinheiro (MDB) – 30,64%

Goiânia (GO)
Maguito Vilela (MDB) - 36,02%
Vanderlan Cardoso (PSD) – 24,67%

Guedes reforça ideia de que dinheiro em espécie estaria com dias contados

Ministro avalia que recém-lançada cédula de R$ 200 terá vida curta. Nos sistemas mais sofisticados, a desmonetização é uma realidade. Assim como os cheques, o uso do dinheiro vivo tende a diminuir, sem choro nem vela.


A face mais clara do processo de desmonetização da economia é a perda gradual de participação da moeda como meio de pagamento. O ministro da Economia, Paulo Guedes, trouxe o assunto à tona, em audiência pública remota promovida pelo Congresso na semana que passou, ao prever que a cédula de R$ 200, a mais nova integrante da família de cédulas do real, terá uma carreira curta. De acordo com o ministro, a tendência é que haja menos dinheiro na mão e notas mais simples.
O lançamento da nota de R$ 200, no início de setembro, trazendo na estampa o logo guará, foi uma medida na contramão da tendência internacional. O Banco Central justificou o lançamento em razão do aumento expressivo na demanda da sociedade por dinheiro em espécie durante a pandemia da Covid-19. Os bilhões de reais pagos a título de auxílio emergencial, boa parte deles na boca do caixa, justificariam a emissão das novas cédulas. O Banco Central é responsável pelo suprimento de cédulas e moedas em circulação no sistema financeiro.na economia.


A previsão da autoridade monetária é de lançamento de 450 milhões de unidades da cédula neste ano, a um custo de R$ 90 bilhões. Não é pouco nem deve ter sido um valor dispendido para um papel de “carreira curta”, como disse o ministro, que costuma se valer de forças de expressão, nem sempre adequadas, para defender suas ideias.
O ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, foi um dos primeiros críticos do lançamento da cédula de R$ 200, inclusive pelo seu alto valor, apesar da desvalorização do real frente ao dólar. Com o dólar turismo a R$ 6, a conversão seria de pouco mais que US$ 33. Gustavo Franco atenta para o fato de a cédula ser problemática para o consumidor de baixa renda, o mesmo que, em tese, se cadastrou para receber o auxílio emergencial.


Guardadas as devidas proporções, nos Estados Unidos e na Europa as cédulas de maior valor não são acessíveis à maioria da população. Presidente do Banco Central de agosto de 1997 a março de 1999, Franco lembra que, nos Estados Unidos, muita gente acha que a US$ 100 não deveria existir (elas estariam concentradas no mundo da informalidade ou do crime). Na Europa, a nota de € 500 deixou de ser impressa no ano passado, embora não tenha sido recolhida ou desmonetizada.

Na prática

Assim como o cheque ficou para trás, a necessidade de saques em dinheiro ficou menor. Durante a audiência pública na comissão do Congresso, o ministro Guedes lembrou que, com o início das operações do PIX, o sistema de pagamento instantâneo do Banco Central, a necessidade do uso de dinheiro vivo tende a ser cada vez mais reduzida.

No dia a dia das grandes cidades, a redução do uso de dinheiro traz consequências dignas de registro. Nos estacionamentos abertos dos supermercados, a legião de “tomadores de conta” de automóveis dos clientes já aprendeu que, ao invés de um trocado, pode pedir uma ajuda em gêneros alimentícios. Pode ser um quilo de arroz, de feijão, uma bandeja de ovos, o que for possível. Como a inflação da cesta de alimentos mais alta do que pode admitir Paulo Guedes, os guardadores de carro mostram que estão atentos ao que se passa na economia.


Na teoria

Em um conjunto de artigos reunidos no livro “Juros, moeda e ortodoxia” (São Paulo, Editora Schwarcz, 2017), o economista André Lara Resende vislumbra um futuro onde a desmonetização da economia será plena. Identificado como um dos pais do Plano Real, ele aborda o tema de forma mais ampla, inserido no debate sobre teoria da política monetária. Para ele, a Teoria Quantitativa da Moeda, segundo a qual o nível geral de preços se daria em função da quantidade de moeda na economia, deu seus últimos suspiros na virada do século.

Superadas as funções de troca e de meio de pagamento, que o economista vê como as mais primitivas, o futuro, em sistemas financeiros integralmente escriturais, reservaria à moeda o papel de unidade de conta (padrão universal de valor).

Compete aos teóricos, como André Lara Resende, assim como coube a outros que ele cita e que participaram do debate ao longo dos séculos, apontar perspectivas para o futuro da economia. A nós, simples mortais, convém manter a atenção sobre esse intenso processo de transformação monetária.

Executivo planeja retomar agenda de reformas em agosto*

O governo quer retomar a agenda de reformas, diluída na pandemia do novo coronavírus, que impôs mudanças radicais de comportamento no Brasil e lá fora, e vislumbra o mês de agosto como plataforma para fazer avançar medidas legislativas, que possam contribuir para revitalizar a economia, duramente atingida pela crise sanitária.

A entrada em vigor do novo Marco Legal do Saneamento Básico, mecanismo pró-investimentos, cuja aprovação foi concluída pelo Senado no final de junho, e o envio para o Congresso da primeira das três partes da Reforma Tributária concebida pelo Executivo, em favor da simplificação do emaranhado de impostos e contribuições, dão conta de que há espaço no Legislativo para o debate de grandes temas nacionais.

O Congresso surpreendeu favoravelmente em seu funcionamento remoto, iniciado após a suspensão das atividades presenciais, em meados de março, votando uma série de medidas propostas para fazer frente à situação de emergência em saúde pública.

Em princípio, agosto não deve representar um marco especial no calendário institucional, até porque não houve nem vai haver recesso legislativo em julho, mas existe, por parte do governo a expectativa da volta das atividades presenciais e de um maior controle da pandemia no país.

A consultoria política Arko Advice apresentou para os seus clientes um cenário sobre a agenda de reformas estruturais e regulatórias para o segundo semestre, alinhando uma série de matérias que constituem esse conjunto virtual. Dele fazem parte propostas que ainda não chegaram ao Congresso, como a Reforma Administrativa e o programa Renda Brasil – uma adaptação do Bolsa Família.

Eleições municipais

A Arko Advice aponta algumas dificuldades neste cenário político, com destaque para as eleições municipais, que costumam mobilizar os integrantes do Congresso, deixando os tapetes das dependências, em Brasília, largados às traças.

As eleições foram adiadas, em razão da pandemia. O primeiro turno foi remarcado para 15 de novembro (inicialmente seria em 4 de outubro) e o segundo, onde houver, ficou para 29 de novembro. As convenções para definição de candidatos são o primeiro grande evento eleitoral e devem ocorrer de 31 de agosto a 15 de setembro. Mantida a dinâmica dos últimos pleitos, o recesso branco do Congresso começa com o início das convenções.

Levantamento preliminar do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), divulgado este mês, indica 122 deputados e um senador dispostos a concorrer no pleito municipal. O número de deputados seria o maior da série história, iniciada em 1992. Até aqui, a maior participação de deputados se deu em 1996, quando 117 deputados e quatro senadores disputaram o pleito.

Não é, porém, a participação direta de congressistas que esvazia o Legislativo federal. Muitos parlamentares se dedicam à campanha, contando com a reciprocidade dos apoiados em futuros pleitos. Isso poderia ser resumido no princípio segundo o qual uma mão lava a outra.

Comissões permanentes

Outra dificuldade do cenário projetado pela Arko Advice está no fato de a Câmara dos Deputados não ter instalado até hoje as suas comissões permanentes. As articulações para a composição das comissões, renovadas a cada ano, foram atropeladas pela pandemia. As comissões temáticas são peça importante da engrenagem legislativa fazem falta na hora de desembaraçar os temas mais cabeludos.

A consultoria política registra os esforços do governo no sentido de construir uma base de apoio, cooptando lideranças de partidos de Centro, como PL, Republicanos, PSD e Progressistas, em um movimento para sair do isolamento político, com vistas a impedir o avanço de eventuais processos de impeachment do presidente da República, bem como a ajudar na aprovação de matérias de seu interesse.

Considerando uma série de variáveis, como a de que nem todos os integrantes desses partidos concordam como apoio ao governo, o alinhamento de parlamentares de partidos independentes, como MDB, PSDB e DEM, e o apoio no PSL e em paridos menores, a Arko Advice chega a uma base aliada de cerca de 200, em 513 deputados. O número é suficiente para barrar processos de impeachment, cuja autorização exige o aval de 342 deputados, mas não dá para aprovar propostas de emenda à Constituição, que exigem 308 votos.

A Arko Advice relaciona as propostas que fazem parte da potencial agenda legislativa. A consultoria faz previsões de aprovação das matérias, algumas este ano, outras somente em 2021. Seguem exemplos de matérias elencadas, com as respectivas previsões de aprovação feitas pela empresa.

▪ PEC 15/15, sobre a renovação do Fundeb, atualmente na Câmara. Aprovação este ano.
▪ PEC 45/19 - Reforma Tributária. Possível conclusão na Câmara ainda em 2020.
▪ PEC 187/19 - Liberação de recursos de fundos públicos – Senado. Aprovação no Senado e início de tramitação na Câmara ainda em 2020.
▪ PEC 188/19 - Revisão do Pacto Federativo – Senado. Tendência de conclusão no Senado em 2021.
▪ Reforma Administrativa. Envio da proposta pelo Executivo e início de tramitação em 2021.
▪ PLP 112/19 - Autonomia do Banco Central – Câmara. Aprovação em 2021.
▪ PL 3729/04 - Licenciamento ambiental – Câmara. Só deve avançar em 2021.
▪ PL 6229/05 - Nova Lei de Falências – Câmara. Análise a partir de agosto.
▪ PL 6407/13 - Nova Lei do Gás – Câmara. Análise a partir de agosto.
▪ PLS 232/16 - Novo marco regulatório do setor elétrico – Senado. Aprovação pelo Senado este ano.
▪ PL 5877/19 - Privatização da Eletrobrás – Câmara. Só deve avançar em 2021.
▪ Renda Brasil. A ser encaminhada pelo Executivo. Envio e conclusão da proposta no segundo semestre.
▪ Carteira de Trabalho Verde e Amarelo. A ser encaminhada pelo Executivo. Envio e conclusão da proposta no segundo semestre.

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* Publicada no site "Os Divergentes"